Essa droga de amor.

Quando te conheci, pensei mil vezes antes de me viciar em você.
Antes de deixar que o teu perfume perturbasse e tirasse minha concentração.
Pensei mil vezes antes de começar a me produzir só para que você reparasse em mim.

Quando te encontrava me perguntava se queria mesmo que você penetrasse seus olhos nos meus tão profundamente a ponto de me sentir hipnotizada.
Eu evitei tanto te encontrar pelos corredores, fumar um cigarro na sacada enquanto ríamos sobre as piadas dos amigos em comum.

Eu não queria mesmo aceitar seu convite para sair.
Tudo que eu pensava era em ficar longe de você.
E como um imã, você me atraía cada vez mais.

Nunca quis sentir o gosto dos seus lábios, quando docemente você beijava minha boca e me pedia para ficar ali por mais alguns minutos.
Pretendia nunca deixar nossas mãos se tocaram e os dedos se entrelaçarem como que para andar de mãos dadas por aí.

Mas você nunca evitou nada disso, sempre quis que eu me afogasse nesse mar de amor.
E eu como um peixe perdido, deixei todas as ondas me levarem para você.

Me viciei em cada parte do seu corpo.
No seu toque.
No seu jeito de olhar.
Na sua cara de bravo.
Na sua incapacidade de combinar os pares de meia.

Tentei tratamentos para me livrar de você.
Mas cada vez eu estava mais possuída, mais necessitada.
Esse amor que parece a mistura de todas as drogas que nem preciso provar para conhecer e saber que facilmente me prenderia ali pra sempre, como se fosse uma dependente.

Isso, eu me tornei uma dependente desse amor.

Esse amor que não me deixa em paz.
Uma rehab não me  curaria.

Ah esse amor, que droga de amor.