Eu já não sou mais Eu

||

Resultado de imagem para garota janela

E em meio a um turbilhão de sentimentos, cá estou, sentada em frente à janela vendo o dia passar como se não fizesse sentido algum estar aqui.

Uma multidão passando de lá pra cá, indo e vindo com pressa.
E eu aqui, como se não fizesse sentido nenhum estar parada, olhando pro nada.

Olhar vazio, rosto pálido, mãos trêmulas.
Vejo a quantidade de calmante no criado mudo de um quarto branco, com um cheiro diferente.

Não olho para trás, volto a olhar pela janela.
Crianças correndo, mães gritando, carros buzinando... o farol se fecha.

Não faz nenhum sentido, me pergunto o quanto posso aguentar uma agonia, um nó na garganta. Um grito emudecido que jamais sairá.

Ouço um leve assovio do vento, uma brisa bate em meu rosto, gelada a ponto de me fazer piscar duas vezes.
A ponto de me fazer acordar de um sonho, onde eu estava olhando uma janela, sem sentido algum.
O vento me despertou de um sono com olhos abertos, onde pensei que nada fazia mais sentido.
Onde nada se encaixava, o vento bateu no meu rosto.

Num súbito pisquei meus olhos por duas vezes para me situar, do lugar, do momento... e me situei que aquele vento, naquele momento, fez todo o sentido.
Desci no parapeito da janela, guardei os compridos no frasco de remédios e por um momento curto sentei no chão.

As lágrimas escorriam sem minha permissão, mas eu sentia!
Sentir fazia todo o sentido agora.
Eu olhei para trás, eu vi meu quarto, minha cama, todas as coisas que não faziam sentido há um instante atrás, agora faziam.

Eu precisa ser forte, eu precisava aguentar!

Em meio à multidão, eu não era a única que sofria, eu não era a única que sentia.

E naquele momento, tudo fez sentido!

Nenhum comentário, seja o primeiro a comentar.

Postar um comentário

Gostou?
Deixe seu comentário!