Vai, pode ir...

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A porta sempre esteve aberta para você.
Eu que na verdade sempre estive ali.
Sempre aguentei seus desabafos cotidianos, sempre me propus a enxugar as suas lágrimas.
Sempre engoli mensagens de madrugada que segundo você, os amigos mandavam.
Eu sempre desculpei quando o telefone estava desligado em pleno final de semana.
Sempre perdoei aquelas curtidas nas fotos das outras garotas, os comentários que me faziam passar por trouxa.
Eu sempre perdoei quando você esquecia nosso aniversário de namoro.
Sempre me fiz de surda quando ouvia você ao telefone com outras mulheres.
Sempre me fiz de cega sobre aquela “melhor amiga”.
Como eu pude ser tão apaixonada por uma pessoa que nunca fez o mínimo esforço para me conquistar¿
Como eu pude desvalorizar tanto quem eu sou por alguém que não vale nada¿
Eu sempre estive ali, sempre fui muito mais do que você merecia.
Cansei de ver você e seus amigo rirem da minha cara por ser pacifica demais, controlada demais, idiota demais.
Enquanto eu trabalhava para comprar um presente para celebrar o nosso compromisso você estava com outras.
Enquanto eu perdia o sono te ligando você estava com outras.
Eu demorei muito tempo para me recuperar de todas as dores que você me causou, do desprezo que você me dava quando mandava eu me calar na frente de todos.
Eu custei a aprender que aquilo não era amor, nunca havia sido.
Eu sofri muito para me libertar de tudo o que sentia por você.
Passei por tratamentos, refiz minhas amizades que sempre me alertaram sobre você.
Aprendi a me tornar novamente a pessoa divertida e cheia de amigos que sempre fui.
A curtir mais as festas, a família, os momentos com pessoas que realmente estavam ali pra mim.
E quando você percebeu que eu podia viver sem você, passou a viver por mim¿
Que estranho!
Por que eu sempre estive ali, mesmo com a sua ausência, com sua falta de comprometimento, com sua imaturidade para relacionamento sério.
Hoje eu tirei o nariz de palhaço que você me colocou durante muito tempo sem que eu percebesse.
Hoje que deixei a porta aberta para você ir embora, você insiste em querer ficar.
Mas hoje, quem decidiu partir fui eu.


                                                                                          Adeus.

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